quarta-feira, 17 de março de 2010

José Serra

Votar: uma questão "demo-crática"

A votação transcorreu apertada, mas nos últimos dias o favoritismo de Serra se sobressaiu: com 48% dos votos, o governador de nosso estado deixou para trás o verborrágico Jabour (32%) e o âncora do JN, William Bonner (20%). Ou seja, se Serra para a presidência tem que angariar votos contra a Gal. Dilma, no Manda pro Inferno ele queima em 1º turno.

O eleito

Serra, antigo presidente da UNE nos tempos dos milicas, brigou, discursou, deu o sangue por suas ideologias (poderiamos dizer centro-esquerda?) hoje vive no Palácio dos Bandeirantes no bem-bom. Em sua história política, da UNE a Tucanagem, muita coisa mudou: de sua cabelagem, que já foi austera em tempos de rebeldia, tanto como sua convicção política, marcada pela proximidade com Jango. De defensor da "ação direta" à tucano de bico quebrado, o excelentíssimo chefe da polícia paulista adora uma metranca (uma pena, pois se fosse nos tempos de ditadura, ele daria um baita de um guerrilheiro!).

Nas "câmaras" de enxofre

A chegada de Serra nos confins do purgatório foi um verdadeiro "festim diabólico": todos estavam à sua espera - do pai-dos-capetas ao último escomungado - todos ansiosos com a chegada de um condenado a altura de José Serra. Na festividade pública estavam presentes o secretário de assuntos institucionais do inferno, Boi-Zebú Mello, o chefe de gabinete Coisa-ruim Cardoso e, a autoridade máxima, o Capeta. Ao pé de um tapete "vermelho", sua excelência, o Decaído, aguardava o político paulista descer da limosine:

- Oh! É um prazer receber uma autoridade do gabarito como o Sr. governador!
- Ah? Onde que eu estou?
- No inferno, Sr. governador! Seja bem vindo ao meu reino! Não é sempre que uma figura de seu calibre vem para cá. Aliás, faz um tempo desde a vinda do Trancredão!
- O quê? Eu estou no inferno? Isso é uma calúnia, obra da situação. Exijo uma reparação pública!
- Calma, calma Sr. governador... Não criemos um incidente político... Espero por esse dia a anos!
- Olha, eu, como governador do Estado de São Paulo, fico enaltecido com seu convite, mas, todavia, não poderei aceitar. Faço política com ética e de todo modo não recebi nenhum comunicado oficial para tal visita.
- Ahahahaha: Sr. governador... O Sr. nunca ouviu falar em "opinião pública"?
- Mas estou na frente da Dilma!
- ahahahaha... O Sr. me envergonha... Vamos lá, no be-a-bá é mais didático: Os leitores do blog Manda pro Inferno, através de uma votação limpa, "demo-crática", escolheram vossa excelência como um dos infelizes a queimar no inferno. Portanto, facilitando as coisas, eu peço a gentileza que o Sr. arraste sua bunda além do portão para eu terminar com essa "demonstração de civísmo" toda. Por aqui...

Serra hesitou. Pensou o quanto seria difícil estabelecer eleitores num covil como aqueles. Seus olhos estavam voltados para trás, no Brasil, onde seu sonho de se tornar presidente ia por água abaixo. Não havia remédio: teria que encarar o "cenário".
Num longo corredor escuro o "chefe" conduzia o "Sr. Governador" com pressa. O diabo estava visivelmente ansioso. Intrigado, o ex-UNE, questiona o anfitrião do que se tratava tudo aquilo:

- Estamos indo ao auditório, Sr. governador, hoje é seu grande dia!
- Auditório pra quê?
- Estamos chegando... Por gentileza, por aqui...

Um enorme auditório aguardava Zé Serra. Quando o diabão adentrou o centro do lugar, a platéia, em êxtase, aplaudia o condotirre diabólico. No palco, uma tribuna o aguardava, só não sabia bem o quê iria falar. Como todo homem de retórica, Serra começou a ficar mais calmo, ganharia todos no papo. Seria fácil.
O mediador, um diabão engravatado, abre o debate, apresenta José Serra e estipula as regras de tempo e de resposta. Silêncio absoluto. Lúcifer, no microfone ao lado, começa:

- Quero agradecer a presença de todos, que deixaram suas torturas e afazeres de lado para estar aqui nesse importante passo para a "demo-cracia". Antes de mais nada, gostaria de perguntar ao Sr. José Serra se sua excelência não acha contraditória sua história política.
- Blá blá blá blá blá... Blá?! Blaaaaaá! Blá blá? Blá blá? - as palavras não saiam. Serra começa a se desesperar: não conseguia falar nada além de "Blá blá blá".
- Sr. José Serra, seu tempo acabou! - interrompe o mediador - Agora passo a palavra para Nossa Majestade Lúcifer...
- Bom, compreendo que fique embaraçado com esse pergunta, Sr. Governador. Mas de todo modo, gostaria de relembrar que dentro de sua brilhante história, há um capítulo que me chama a atenção, como por exemplo, sua relação com Jango, que por sinal, está alí na platéia ansioso por lhe perguntar algumas coisas...
- Blá blá blá! Blá blá blaaaaaá!
- Seu tempo se esgotou, Sr. Serra, vou lhe pedir mais uma vez que respeite o tempo estipulado pela organização do debate. Nossa excelência o grandioso Lúcifer tem direito à nova pergunta.
- Obrigado diabão! Bom, como ia dizendo...

Um comentário:

  1. Não teve jeito para o "Zóio de Botão", com diria seu Moá!!! rs,rs,rs....
    Babis

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